quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Qual prefere?

Parque Barigui

Estou escrevendo uma matéria sobre o crack. Fui hoje até a Cravi , e conversei com algumas residentes da Casa. Escutei cada coisa, que sério, fazia tremer.

Patrícia Cristina Bordenowski, 31, que tem uma filha de oito anos me disse o seguinte: "Só parei de fumar quando estava grávida e amamentando. Mas tirei minha filha do peito para voltar para o vício. Praticamente não vi ela crescer. (...) Fumava na frente dela.”

Estar diante de dependentes de crack, conhecendo as mais nefastas histórias de vida, faz, no mínimo, você rever alguns conceitos pessoais, e, porque não, alguns pré-conceitos também.

Foi uma experiência incrível, do ponto de visto profissional, mas principalmente, pessoal. Você se torna "pequeno" diante de pessoas nessa situação. As meninas possuem um olhar lindo, cheio de esperança. Felizes! Orgulhosas pelo simples fato de conseguirem lutar contra a droga, que, "em dez minutos te vicia, e faz você não querer sair do quarto por quatro dias consecutivos. Acabando por perder 35 kg, pouco tempo depois, virando um cisco de insignificância . Alto estima zero.", diz Patrícia.

Perguntei à ela se gostaria que não divulgasse seu nome. Não viu problema nenhum. Fiquei surpreso e feliz com sua resposta. No caminho de volta pensei muito sobre tudo que tive a oportunidade de vivenciar. Dá pra dizer que seriam aqueles dez minutos do dia, reservados para auto-reflexão. Atividade que tinha acabado de aprender na Cravi.

“Tudo se resume à nossa própria escolha!”

Foi o que ouvi lá dentro.

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