sexta-feira, 29 de junho de 2007

“Eles cometeram um erro? Cometeram. Mas não vai ser justo manter presas, crianças que estão estudando. (...) Existem crimes piores.”

A frase do título foi dita por Ludovico Ramalho Bruno, pai de um dos agressores da empregada doméstica Sirlei Dias Carvalho Pinto, 32, no Rio de Janeiro, no último sábado. Pra quem não tomou conhecimento, cinco jovens, moradores da Barra da Tijuca, espancaram e roubaram Sirlei que esperava pelo ônibus que a levaria de volta para casa às 4h30min.

Jovens ricos, que aparentemente tem tudo o que desejam, cometeram essa atrocidade. E um pai, desesperado é fato, alega que existem crimes piores. Faça-me o favor. O que é pior que agredir uma mulher indefesa, a socos e pontapés e roubar seu dinheiro, por... pelo que mesmo, senhor Ludovico??? Estamos em guerra, e parece que ninguém vê isso. Ou pior, fecham os olhos para não enxergar.

Dos cinco rapazes, três são estudantes de Direito. Ironia não? Não bastassem os casos de corrupção e abusos de autoridade cometidos por juízes, advogados, delegados e outros responsáveis por zelar pela segurança, os aspirantes a contribuir para a defensoria pública estão trilhando os mesmos caminhos. Ainda nessa semana, uma policial militar viajou de Recife à Catanduvas, no interior do Paraná, para pedir dinheiro ao traficante Fernandinho Beira Mar, pois precisava de ajuda para pagar sua faculdade de Direito. Com o perdão da palavra, mas... QUE PUTARIA É ESSA?

Esses fatos me lembram uma frase de Renato Russo “ninguém respeita a Constituição, mas todos acreditam no futuro na Nação”. Esse maldito jeitinho brasileiro de resolver as coisas cansa, desanima e desacredita. Não vejo como seja possível termos um Brasil melhor, sendo que quem deveria lutar pela Lei, comete esses absurdos. É claro que tudo isso vai muito além dos simples acontecimentos, que convenhamos, é algo que já faz parte da nossa rotina. Fala-se em reforma política, educacional, agrária e tantas outras. Penso que o Brasil só tem jeito se derrubar e construir um novo. Reformas só vão esconder as imperfeições. E nunca, acabar com elas.

Dói...é triste dizer isso da nossa “pátria amada Brasil”, mas o que nos resta? O que temos pra nos apoiar? Qual a base para crermos num país justo, mais humano? Muitos acham que sim, mas não creio que seja Dunga e seus 11 anões.

quarta-feira, 27 de junho de 2007

Correção

Gosto de críticas, quando construtivas e fundamentadas, é bom lembrar. É importante saber ouvir coisas ruins à seu respeito. Creio que só contribuem para que engrandeça.

Cometi um deslize no post anterior ao esquecer de citar a fonte das declarações do delegado Demetrius Gonzaga de Oliveira e do psiquiatra Marco Antônio Bessa. Erros devem ser reparados. Antes tarde do que nunca. Hehehe. Os depoimentos estão publicados no site Documento Reservado em uma matéria especial sobre o I-Doser.

Estou contando com um ombudsman e nem sabia. Hehehe.

domingo, 24 de junho de 2007

Drogas virtuais?!?


A coisa evoluiu tanto que já contamos até com drogas virtuais. Um programa denominado I-Doser simula o efeito de diversas drogas por meio de sons que sincronizam as ondas cerebrais através de uma técnica denominada de brainwave binaural beat entrainment (sincronização de ondas cerebrais por som binaural), atingindo assim, a sensação de realmente ter usado a droga. Basta estar em um ambiente tranqüilo, de preferência no escuro e com um fone de ouvido. O engenho se aproveita de um fenômeno natural, que ocorre quando dois sons de freqüências similares se misturam e criam um terceiro som com uma freqüência intermediária. Essa particularidade da acústica foi descoberta pelo estudioso alemão Heinrich Wilhelm Dove, em 1839. Ele observou que um tom de 400 Hz e um de 410 Hz formam um tom subsônico de 405 Hz. Esta diferença de 5Hz seria capaz de alterar a consciência humana para um determinado estado.

Encontram-se no programa, as mais diversas drogas já conhecidas, como maconha, cocaína, lsd e heroína. E ainda, drogas que só possuem “versões em bits”. Uma delas, denominada Lucid Dreams faz com que você se lembre perfeitamente dos seus sonhos. Recomenda-se que utilize a “droga” momentos antes de dormir para alcançar o estado de relaxamento desejável.

O site binaural-beats.com, comercializa cd´s, com os mesmo sons do I-doser, principalmente para sessões de relaxamento, mas também como opção de drogas virtuais.

O psiquiatra Marco Antônio Bessa é especialista em dependência química e classifica o I-Doser como um modismo. “Tenho minhas dúvidas sobre as alegações de que esses sons possam simular o efeito de drogas reais, principalmente por não conhecer evidências científicas que comprovem a eficácia destes sons”, afirma.

A legislação brasileira ainda não é muito clara ao tratar de crimes e possíveis ações ilícitas na internet. O delegado Demetrius Gonzaga de Oliveira, do Núcleo de Crimes na Internet (Ciber Crimes), da Polícia Civil do Paraná diz que “pode ser que alguns sinais interfiram realmente nas ondas cerebrais. Precisamos fazer um levantamento sobre essa tecnologia e como ela age no cérebro humano. É provável que o sistema seja usado nos Estados Unidos como medida para tratar usuários de drogas. Tudo é possível. Mas, precisamos da certeza, antes de tomarmos qualquer atitude”.

A comunidade do I-doser no Orkut já conta com mais de 13 mil membros. É possível encontrar depoimentos que confirmem as ações das drogas, quanto os que acham uma grande bobagem.

Estamos vivendo o que o pesquisador Nicholas Negroponte chama de “mudança de átomos para bits”, em todos os setores da sociedade. Sendo assim, por que as drogas deixariam de se encaixar nessa revolução?


segunda-feira, 11 de junho de 2007

Preservando a essência de viver intensamente

É engraçado como a vida sempre acaba nos surpreendendo. Seja através de acontecimentos (não necessariamente grandes) ou de pessoas que acabam por fazer você mudar certos conceitos aparentemente inquestionáveis. Na manhã de ontem estava falando sobre essas coisas da vida com um amigo. Falávamos sobre a importância de viver intensamente cada momento. De aproveitar todas as fases da vida, como se fossem únicas. E na verdade, elas são. O tempo de pular na piscina de bolinhas já passou, brincar de bonequinho não é mais interessante como na infância. Aaah, e como era bom! O tempo de assistir Malhação e reclamar que os pais não deixam fazer nada também se foi. Dentro de uma visão pessimista, poderia me desesperar por estar “ficando velho”. Mas não acredito que seja por aí que as coisas funcionam. A infância foi, e a adolescência também, mas não posso e nem conseguiria olhar pra trás e me lamentar por não ter feito isso ou aquilo. Foram ótimos momentos, que ficarão guardados e com certeza serão relembrados. Mas é isso, hoje a vida é outra, existem novos desafios, novas pessoas, novos sonhos, mas sempre a velha essência de viver intensamente.
E viver intensamente não quer dizer saltar de pára-quedas ou viajar pelo mundo, mas sim perceber e sentir que seu dia-a-dia é repleto de coisas maravilhosas e de pessoas que fazem a diferença. Como um agradável sábado de sol, ao lado de alguém especial, falando bobagem e sorrindo. Sem se preocupar com o prazo de entrega daquele trabalho. Relaxa, tudo tem sua hora. Estar com os amigos numa noite, e sem querer, ver uma estrela cadente no céu e fazer um pedido. Como se ela tivesse aparecido só para você, naquele momento único. Dar risada da comida ruim do restaurante. Ir até a Feira da Ordem e ouvir uma linda mensagem de um artesão, que te cativa de uma forma que você não tem outra opção senão levar sua arte pra casa. E o melhor, perceber que o que ele mais queria não era vender seu produto, mas sim, transmitir a mensagem. A venda era um mero detalhe. Gosto de acreditar que ainda existem pessoas boas nesse mundo tão sofrido. Ele disse várias coisas, mas uma que me chamou muito a atenção foi o texto “Ouse Fazer”. Segue um trecho abaixo, que encerra o primeiro post desse blog que não tem ambição alguma, a não ser difundir singelas palavras positivas a quem interessar.
Obrigado pela leitura.


“Quantos de nós nos entregamos antes mesmo de tentar. Pela simples dificuldade de perceber que é possível ultrapassar o limite do círculo que em torno de nós e ao longo da vida traçamos. Quantas vezes estivemos na eminência de girar a maçaneta da porta que nos levaria da escuridão à claridade e não o fizemos, simplesmente por não aceitar o impulso livre, soberano e intuitivo que conduzia nossas mãos a girar. Por não crer na liberdade, nos impulsos da alma e na própria intuição.”

José Oliva