terça-feira, 4 de novembro de 2008

Era uma vez...


O romance proibido entre o menino pobre e a mocinha rica, a dama e o vagabundo e a branca e o negro já foram temas de muitos filmes ao longo da história do cinema. Por isso, são poucos os que conseguem sair do senso comum ao tratar desse tema. São poucos, mas não são todos.

Indo além, são poucos os filmes que te deixam estarrecido e com aquela sensação de que não poderia ter aproveitado melhor as duas horas ali investidas. Mas e quando um romance consegue sair do senso comum e ao mesmo tempo te deixar estarrecido? Pode-se dizer que é a fórmula perfeita? Longe de meu limitado conhecimento sobre cinema querer dizer que sim, mas assisti a um filme ontem que considero perfeito. “Era Uma Vez”, do diretor Breno Silveira, desde o início deixa a sensação de que algo surpreendente está por vir. A atuação do elenco impressiona a ponto de você se envolver profundamente com a trama. A cada cena eu pensava que em algum lugar aquilo realmente estava acontecendo. Se você está perguntando “aquilo o que?”, se vira. Vai assistir ou ler uma sinopse em algum lugar.

A dura realidade dos moradores do morro do Cantagalo é mostrada através de um olhar tocante, impecável. Impossível não imaginar qualquer outra região periférica desse país naquela mesma situação. Do outro lado, a superficialidade da elite carioca é o retrato da elite curitibana e, provavelmente, da elite de qualquer outra metrópole brasileira. Pessoas arrogantes, protegidas pelos seus carros blindados a apartamentos a beira-mar parecem estar imunes ao tiroteio que se ouve na janela dos fundos do apartamento. Mas no meio dessa mesma elite, a pobre menina rica que tem tudo, menos felicidade. No alto do morro, o rico menino pobre, que não tem nada, senão sua honestidade, vontade de trabalhar e repúdio às tragédias que presencia diariamente na guerra civil imposta pelos traficantes e pela polícia. Duas realidades completamente distintas, separadas apenas por um morro. Em comum, o improvável amor que sentem um pelo outro.

O romance é a versão carioca de Romeu e Julieta. Não é a primeira vez que o clássico é adaptado para a realidade dos nossos dias, mas “Era uma vez” é diferente. É tocante ao mesmo tempo em que é chocante. Te faz sonhar que é possível superar a desigualdade social ao mesmo tempo em que te revolta por saber que no meio dessa luta existe uma polícia corrupta que se considera acima da lei, playboys que só se preocupam com seu carro, surf e suas drogas, traficantes terroristas que matam inocentes, traficantes protetores da comunidade, mas ainda traficantes, o poder público que parece estar alheio ao que deveria ser sua prioridade, a imprensa, cercada de boas intenções assim como o inferno, e nós...com medo e sem saber o que fazer diante de tanta coisa errada.

Foto: divulgação

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Discussão sobre a função do jornalista embasada por um exemplo do cotidiano

Muito se discute a beleza e complexidade da língua portuguesa. Muitos a vêem como uma monstruosidade impossível de aprender. Outros a veneram e adoram fazer uso de palavras difíceis para impressionar. Certos ou errados, cada lado tem sua razão, mas o que desejo aqui é entrar no assunto: palavras complexas e jornalismo.

A capa da Carta Capital do dia 22/10/08 traz uma matéria alusiva à crise financeira. Até aí tudo bem, mas uma chamada me chamou muito a atenção:

Berlim 1989: soçobra o socialismo real

Quando li essa manchete no fim de tarde de ontem, no Parque Barigui, pensei: “mas que porra é essa? Como é que uma revista informativa coloca uma palavra absurda dessas em uma chamada de capa”?

Por um bom momento cheguei a pensar que havia ocorrido um tremendo erro ortográfico. Fiquei na dúvida até a chegada de minha namorada e um amigo. Mostrei a revista a eles e os dois também não tinham a menor idéia do significado de “soçobra”. Detalhe que os três são estudantes de jornalismo. Na teoria deveríamos saber, não? Até pode ser! Ou não?
Bom, isso é papo pra discussão quase filosófica que é falar sobre os prós e contras da língua portuguesa. Enfim descobrimos, através de uma ligação para a sogra, que a tal “soçobra” de fato existe. Tem algo a ver com naufragar, perturbar, subverter ou aniquilar.

Hoje levei a revista para o meu trabalho e mostrei para meu chefe que já foi editor de várias revistas e ainda atua no ramo. Ele também não conhecia a palavra e achou muito errado por parte da Carta colocar uma palavra tão bisonha em uma capa. Como editor, ele entende que isso pode ser um grande ruído na comunicação. E de fato, é. Tenho certeza que muita gente, assim como eu e meus colegas aspirantes a jornalistas, ficou na dúvida sobre o real significado da palavra.

Ainda insatisfeito, fui falar com as meninas do departamento de revisão da Editora em que trabalho. Mostrei para três delas que mais uma vez não conheciam a palavra. Enfim, a discussão rendeu.Mas no fim de tudo isso, passado o choque e o sentimento de ignorância por não conhecer a palavra, cheguei a conclusão de que foi muito válida a utilização da palavra na capa da revista, afinal, fez com que eu tivesse que ir atrás da informação. Você pode ver isso como algo ruim, afinal, é dever do jornalista “traduzir” as notícias de forma que fique claro para o leitor, mas também é dever dele contribuir para o desenvolvimento das pessoas, do país e do mundo. E a Carta conseguiu isso. Ensinou uma nova palavra à pelo menos sete pessoas (que foram as que discuti o assunto) e fez com que uma grande discussão fosse feita.

Pra mim é esse o real sentido do jornalista: Promover a cultura e gerar discussão.

Parabéns para a equipe do Mino Carta por não soçobrar a cultura de seu leitor

A polêmica do cigarro

A presença da Souza Cruz no Diálogos Universitários, realizado em março na Universidade Tuiuti do Paraná (UTP) acendeu uma polêmica. Pelo menos pra mim! A publicidade de cigarros está proibida no Brasil desde 2000, mas parece que o evento patrocinado pela empresa que comercializa cigarros passou batido pelas autoridades. Tudo bem que não era o Free ou o Carlton que estampavam os cartazes e banners do evento, mas ainda sim, me senti imensamente invadido por ver a marca Souza Cruz inserida no meio universitário, onde obviamente tem milhares de clientes em potencial.

O artigo 3º da Lei Federal nº 10167, de 27 de dezembro de 2000, nas cláusulas IV,V e VIII diz que são proibidos:

IV - a realização de visita promocional ou distribuição gratuita em estabelecimento de ensino ou local público;

V - o patrocínio de atividade cultural ou esportiva;

VIII - a comercialização em estabelecimento de ensino e de saúde.

Não presenciei nenhuma ação que remetesse à claúsula VIII no evento, mas asseguro que é frequente a visita de promotores de venda devidamente uniformizados, nos corredores da UTP.

Agora, voltando tema central, entendo que o evento era uma boa oportunidade para os estudantes, mas toda essa situação é no mínimo incoerente. Há pouco tempo, o Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade promoveu um evento patrocinado pela cerveja Nova Schin. Cartazes foram feitos e distribuídos pelo campus e imediatamente vieram ordens da instituição para que fossem retirados. Afinal, existe uma lei que proíbe a publicidade de bebidas em estabelecimentos de ensino. Lei que por acaso, é a mesma comentada há pouco. Hipocrisia? Interesse? Falta de bom senso? Tire suas conclusões.

No dia do evento já estava muito incomodado com isso, com a proibição imposta para filmar ou tirar fotos da palestra e com o fato de o palestrante Nelson Motta não ter atendido os alunos de jornalismo que quiseram entrevistá-lo antes do evento. Mas tudo bem. Sentei e procurei acompanhar a palestra.

Lá dentro avistei a produtora do “Diálogos”, que é funcionária da Souza Cruz e fui falar com ela. Perguntei se não achava incoerente uma empresa que comercializa cigarros estar patrocinando um evento dentro de uma universidade. Ela me olhou, parecendo ofendida e surpresa com o questionamento e respondeu perguntando se em algum momento eu havia os visto falarem de cigarro. Falou sobre as ações sociais e sustentáveis promovidas pela empresa e que ela não tinha culpa pelas pessoas fumarem.

Realmente um discurso lindo. Muito próximo da resposta que obtive deles pelo comentário que fiz na pesquisa de satisfação distribuída no dia da palestra, em que falei justamente sobre não concordar com a presença deles ali.


"Prezado João,

”Comercializar legalmente cigarros é uma atividade lícita e a missão da Souza Cruz é fornecer produtos de qualidade a adultos que escolheram fumar, cientes dos riscos associados ao hábito. A Companhia compreende as preocupações públicas relativas a seus produtos e desempenha historicamente um papel exemplar e socialmente responsável em um ramo de atividade altamente tributado e regulado, além de ser um grande investidor em ciência e tecnologias, em busca de minimizar o impacto de seus produtos à saúde de seus consumidores.”

Equipe Diálogos Universitários


Ao mesmo tempo em que a Souza Cruz “discretamente” faz sua publicidade, o Ministéro da Saúde estima que 200 mil pessoas morram por ano no Brasil, em função de doenças relacionadas ao fumo.
O que fazer diante de uma situação dessas? A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que a melhor saída é elevar as alíquotas de imposto para o produto. Fato que o Ministério da Saúde até tentou fazer, segundo matéria publicada no Folha Online, mas foi barrado porque a Receita Federal acha que isso iria aumentar o contrabando. Ora, porque não assinam de vez o atestado de incompetência para controlar as fronteiras?! Já sei... é muito mais fácil deixar o preço baixo e diminuir o contrabando, do que aumentar o preço e salvar vidas.


quinta-feira, 5 de junho de 2008

The Dumbest Generation

A Ilustrada da Folha de S. Paulo do último dia 02 apresentou uma matéria interessante. Com o título “A internet me deixou burro demais”, fala sobre o lançamento do livro The Dumbest Generation, do norte-americano Mark Bauerlein.

No livro, Bauerlein afirma que a internet está emburrecendo a juventude. Para o autor, a grande quantidade de informação disponível na rede faz com que os jovens percam o interesse pela leitura. Em entrevista à Folha, diz que os jovens praticamente não lêem. “Com toda a informação disponível on-line, como nunca antes na história, eles preferem dedicar uma quantidade inacreditável de tempo a vasculhar vidas alheias e a expor as suas próprias em redes de relacionamento como o Facebook e o MySpace". No livro ele fala sobre os jovens yankees, mas impossível não trazermos essa realidade para nosso país.

Outro dia li em algum blog algo interessante. O cara falava para você entrar numa lan house e observar que tipos de sites que o brasileiro acessa. Não precisa nem fazer o teste, não é mesmo!? Em meio a um universo sem limites de informação e conhecimento, o brazuca prefere “se dedicar” a vasculhar a vida alheia e navegar por comunidades bizarras Orkut adentro.

Um ponto que me chamou a atenção na matéria é que Bauerlein acredita que a leitura não linear que a internet oferece (e aí falamos de hyperlinks) seria um dos motivos que fazem com que o jovem deixe de se aprofundar na leitura. E isso é realmente verdade. Ou vai dizer que você não costuma se perder por aí com a infinidade de hyperlinks pedindo seu clic?

O livro levantou uma grande polêmica na terra do Tio Sam. O autor recebeu várias críticas, tanto de adolescentes revoltados, quanto de críticos. Ele defende-se falando que “a discussão não é sobre as ferramentas da internet em si, mas sobre seu uso. Quando um cientista diz que a tecnologia desafia as mentes e torna as pessoas mais espertas, ele está falando do MySpace? Ele sabe que os adolescentes passam muito mais horas em redes sociais do que estudando?”

A opinião de Bauerlein segue a mesma linha de raciocínio de Umberto Eco, que, em entrevista ao caderno Mais! da Folha disse que “a abundância de informações sobre o presente não lhe permite refletir sobre o passado. Quando eu era criança, chegavam à livraria talvez três livros novos por mês; hoje chegam mil. E você já não sabe que livro importante foi publicado há seis meses. Isso também é uma perda de memória. A abundância de informações sobre o presente é uma perda, e não um ganho”.

Mas há quem discorde que esse excesso de informação é prejudicial. Steven Johnson, um dos maiores pensadores do ciberespaço, concorda que estejamos perdendo a memória, mas não vê isso como algo ruim, e sim, como uma adaptação à nova realidade em que vivemos. "Pode ser verdade que estejamos nos tornando mais dependentes de extensões on-line para nossos cérebros e nossa memória simplesmente porque há muita informação disponível, mas isso não é necessariamente uma coisa ruim. Estamos adaptando nossas habilidades à capacidade de lidar com essas informações".

Razão, creio que os três tenham. Cada qual com seu ponto de vista. E isso me lembra a teoria do Perspectivismo que li recentemente. É bem simples e também regra básica do bom jornalismo, mas que nem sempre é lembrada e cumprida. Nietzsche diz que é preciso considerar as diferentes versões de uma mesma situação para, então, determinar o que considera verídico. Se realmente vai ser a verdade, não há como dizer. Até porque a verdade única não existe, mas ao menos você estará preparado, fundamentado e com argumentos para defender suas idéias. Coisa que anda faltando para nós ultimamente.

Feche esse Orkut e vá ler um livro!



Se você for assinante da Folha ou do Uol pode ler as matérias citadas no post, nos links abaixo:

A internet me deixou BURRO DEMAIS!

O professor aloprado

Especialista discorda e vê "progresso"



No vídeo abaixo, Mark Bauerlein concede uma entrevista sobre o livro.



quinta-feira, 15 de maio de 2008

Antes tarde do que nunca, cá estou

O campeonato paranaense acabou e eu fiquei devendo uma postagem a respeito deste comentário.

Mais uma vez, a soberba e arrogância do proprietário do Clube A. Parananese falou mais alto. Além de ter que engolir o que disse, está vendo a imagem de seu clube ruir. E o pior (ou melhor?) pelos seus próprios atos. Será esse o grandioso marketing que eles tanto se gabam?

Bom, o problema disso não é meu, nem da nação alviverde. O que posso dizer é que não tenho palavras pra descrever como foi bom erguer a taça (simbólica, é bom lembrar) na casa deles. Tem um trecho da música “Diploma” do Noção de Nada, que veio a mente agora: “...e o sofrimento, se fará valer”. Digo isso porque não foi nada fácil conseguir presenciar a finalíssima. Afinal, 2300 ingressos para uma torcida como a do Coritiba não é justo. Fazer o que? A única saída era passar a noite na fila, na gélida madrugada do Dia do Trabalho. E como foi sofrido. Tanto que por algumas vezes me perguntei o que estava fazendo ali.

Foram 12 horas regadas à choconhaque, vinho, salgadinhos, fumaça na cara vinda dos vizinhos que faziam um churrasco sem carne e tentativa de assistir um filme num DVD portátil sem bateria. Tudo isso em cadeiras de plástico e cobertores e acompanhado por duas pessoas que fazem a diferença no dia-a-dia de trabalho. E também, por milhares de pessoas que estavam ali pelo mesmo objetivo. Cantar, no domingo que viria, a música presente no vídeo abaixo.


sábado, 29 de março de 2008

Concurso Revele Sua Cidade


A Gazeta do Povo promoveu um concurso de fotografia desafiando os leitores a retratarem Curitiba através de um ângulo diferente. Foram inscritas 449 imagens e 10 foram selecionadas e estão publicadas num encarte especial em homenagem aos 315 anos de Curitiba. Inscrevi três fotos e tive a honra de ter uma publicada.
Pela manhã comprei o jornal e confesso que a emoção ao ver minha foto ao lado de um pequeno texto explicando a imagem foi emocionante. Mais tarde fui conferir a exposição que está no Condor da Nilo Peçanha e fiquei observando os visitantes. Percebi que as pessoas se identificavam com aquela cena do ipê "se despindo" no outono curitibano. Fiquei muito feliz por poder ter tido a chance de retratar uma imagem tão característica da nossa cidade.

A exposição pode ser vista até o dia 05 de abril no Hipermercado Condor da rua Nilo Peçanha, nº 1000. Depois a mostra segue para o Condor do Champagnat (Martin Afonso, nº 2800).

Menos gasolina e mais adrenalina!

Hoje pela manhã tive a oportunidade de “cruzar” com ativistas do movimento Bicicletada pelas ruas do centro de Curitiba. A Wikipédia define o movimento da seguinte forma:

“A Bicicletada é um movimento no Brasil e em Portugal inspirado na Massa Crítica, onde ciclistas se juntam para reivindicar seu espaço nas ruas. Os principais objetivos da Bicicletada são divulgar a bicicleta como um meio de transporte, criar condições favoráveis para o uso deste veículo e tornar mais ecológicos e sustentáveis os sistemas de transporte de pessoas, principalmente no meio urbano”.

Em Curitiba os ativistas vão às ruas em todo último sábado de cada mês com suas bicicletas. É uma idéia realmente muito interessante que merece nossa atenção. No dia 12 de março uma reunião envolvendo o prefeito Beto Richa, representantes do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (IPPUC) e membros do “Bicicletada” discutiu a atual situação do trânsito de Curitiba. Na ocasião, os bicicleteiros puderam expor suas idéias e reivindicações. Um projeto de lei deve ser encaminhado à Câmara Municipal para que medidas como a que ocorre em Paris, onde a prefeitura disponibiliza mais de 10 mil bicicletas aos seus habitantes, possam ser implantadas em Curitiba.

Curitiba merece algo assim. Seria mais uma inovação muito bem vinda da Capital Ecológica. Se é que ainda podemos chamá-la assim.

Acompanhe o vídeo do meu encontro com a Bicicletada:


Feliz aniversário, Curitiba

Hino Municipal

Cidade linda e amorosa da terra de Guairacá.
Jardim luz, cheio de rosa Capital do Paraná.
Pela ridente paisagem
Pela riqueza que encerra,
Curitiba tem a imagem
Dum paraíso na terra.

Viver n’ela é um privilégio
Que goza quem n’ela está.
Jardim luz, cheio de rosa.
Capital do Paraná.

Pérola deste planalto
Toda faceira e bonita.
Na riqueza e na opulência
Vive, resplande, palpita.

Subindo pela colina.
Altiva sempre será.
Jardim luz cheio de rosa
Coração do Paraná.
Salve! cidade querida
Glória de heróis fundadores.
Curitiba, linda jóia
Feita de luz e de flores.

Composição: Ciro Silva / Bento Mossurunga

sábado, 15 de março de 2008

“Nosso time é o melhor e vamos ganhar o campeonato”

A frase do título é do sr. Mario Celso Petraglia. Achei importante deixar registrado.
Incrível como ele não cansa de se superar na arrogância.
Enfim, ao término do campeonato volto a falar sobre isso.

segunda-feira, 3 de março de 2008

Vendo o que não se vê

A sensação de estar em um outro universo é inevitável. Pessoas estranhas, talvez bizarras. Do tipo que você não encontra todo dia. Alguns dançam freneticamente acompanhados por um som igualmente frenético, outros deitam e relaxam ouvindo músicas que se assemelham à rituais de meditação.
É possível comprar desde um pirulito até uma dose de vodka. Mas nem por isso, crianças são permitidas. Não é também o lugar indicado para os mais velhos, salvem os mais malucos. Mesmo sendo "maluco", uma palavra tão vaga e imprecisa quanto ao seu real sentido.

Muitos dizem que é o local onde se pode ser livre, que é possível viver sem limites, mesmo que por algumas poucas horas. Talvez realmente seja. Ou talvez seja apenas uma ilusão gerada pela energia do local, das pessoas...

Agora, de real, só mesmo o sol.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Hãn?

O "Ministério do Jornalismo" adverte:
Criatividade em excesso pode decretar o fim de sua carreira!

Escrever é perigoso, gente. Tomem cuidado!!


"Assim como comida, todos precisam de autopeças. Mas isso não impede que você trate seu cliente da melhor forma possível. Pelo contrário. Está provado que o consumidor moderno preocupa-se com muita coisa além de preço baixo. Cliente bem atendido é cliente fiel."

Entendeu? Nem eu!
Mas isso quase foi publicado!
Hahaha.

Uma boa tarde.

sábado, 19 de janeiro de 2008

atleTiba

Mais de dois anos se passaram desde a última vez que presenciei o espetáculo maior do futebol paranaense. Difícil descrever o que um Atletiba representa. Não existe nada igual. Aquela ansiedade que antecede ao clássico é como uma droga. Causa euforia, alegria, entusiasmo, expectativa.
Esse jogo é especial. Marca o início de uma nova era. Voltamos! Após dois anos de sofrimento na sofrida segunda divisão, estamos de volta!!! E como as coisas estão diferentes. Lembro-me quando tudo isso começou. Foi no dia 10/04/05, primeira partida da final do campeonato paranaense e meu aniversário. Nossa torcida, que sempre foi vista como fria, apoiou o time de forma que eu jamais havia visto. 90 minutos que ficaram eternizados. Aquele grito de COOOOOOOXAAAAAAAAAAA durante o jogo inteiro, calando a torcida adversária, foi o melhor presente que eu poderia ganhar. Tá certo que naquele ano acabamos rebaixados. Mas isso também foi crucial para que o que existe hoje pudesse acontecer. A segundona foi sofrida demais. Só nós sabemos o quanto foi difícil jogar contra aqueles adversários desconhecidos, nos confins do Brasil.

Mas como tudo na vida é aprendizado, pra nação coxa-branca não foi diferente. Nossa torcida que estava em processo de mudança desde o jogo citado há pouco, se uniu mais do que nunca e realizamos festas memoráveis, lotando o Couto Pereira em todos os jogos. Empurrando o time como nunca alguém pudera imaginar. Até mesmo os mais críticos se renderam aos encantos da nação alviverde. Me emociono quando lembro das idas aos jogos com meu pai. Ele que sempre falava que nossa torcida “era fraca”, se rendendo, ficando emocionado, dizendo “Nunca vi essa torcida fazendo isso” O fantástico era que ele dizia isso após cada jogo. Pra mim era a prova de tudo era diferente! Afinal, pai é pai. Desde moleque indo aos jogos com ele. Quantos atleTibas inesquecíveis não vimos juntos. Como esquecer os 3x0 no Brasileirão da série B de 1995?! Jogos debaixo de chuva, derrotas, tristezas, mas muitas, muitas alegrias! Costumo falar: A maior herança que guardo de minha família é a honra de torcer para o Coritiba. Vô Brotto sempre presente em todos os jogos. Tenho certeza que aqueles 4 penaltis do jogo contra o Ipatinga do ano passado foi mãozinha dele. Hehehe. Não há um jogo em que não me recorde do velhinho!!

Agora, voltando ao atleTiba, realmente não existe nada igual à isso. Curitiba respira o clássico. Você anda nas ruas e vê todo mundo com camisas, gente fazendo apostas, provocando. Que saudaaaades disso!!! E amanhã, todos já sabem: Todos os caminhos levam ao Alto da Glória!!! Lamento o fato da diretoria ter proibido os matérias da torcida atleticana. Acho uma retaliação babaca, que reduz o brilho do espetáculo. Se os coronéis do buraco proíbem, o problema é deles. Sei que poucos compartilham desse mesmo pensamento, mas deveríamos liberar, erguer nossas vezes e calar a caveirinha!















Foto: Natasha Schiebel